domingo, 7 de janeiro de 2024

As proezas de Inácio Cancão


Vou apresentar pra vocês
"Senhor Inácio Cancão", 
Um Paraíba afamado 
Que vive no Maranhão, 
E por ser lá do Nordeste
O vulgo cabra da peste!
Tem fama de valentão.

Homem forte e destemido
De vida muito pacata,
Trabalhava o dia todo
E a noite na serenata,
Cantava bem prazenteiro,
Quando não tinha pandeiro
Tocava até numa lata.

Aprendeu a ler sozinho
Nunca teve professor;
E se tivesse estudado
Certamente era doutor,
Tem fama de valentão;
É primo de Lampião,
Um parente bem feitor.


Pra ele nada é difícil
Eu falo sem exagero,
Ele já deu em ladrão
Tiros de sal no traseiro;
E a fama dele aumentou
Depois que ele escorraçou
Um famoso macumbeiro.

Não gosta de caçar briga
Nem dispensa confusão,
Mas quando entra em encrenca 
Tem grande repercussão.
Ele não faz arrodeio,
Valentão corre do meio,
Ou prova do seu facão.

Nada disso é brincadeira
Tenho como comprovar,
Ele é vivo e consciente
Pronto para te explicar
Tudo muito detalhado
E você vá preparado,
Que assunto não vai faltar.

Este velho é meu pai 
Tenho orgulho em dizer,
E se alguém duvidar
Eu garanto resolver 
Com toda garra e zelo  
Não sou de fazer apelo, 
Mas garanto resolver. 


Lusa Silva 


segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Porca de bobes


Foto: Evilangela Lima
Amigos peço licença
Desejo toda atenção,
Pois irei narrar um fato
Que envolve até maldição.
Farei o leitor ciente:
Filho desobediente,
Não ganhará salvação.

E suplico a juventude 
Procurem gestos decentes,
Respeite sempre seus pais
Sejam bem obedientes,
Cada qual vá numa igreja
E aonde quer que esteja;
Busque Deus, seja temente.

sábado, 16 de dezembro de 2023

Destino poético


 Em minha simplicidade
Sempre quis ser professora,
Mas destino caprichoso 
Quis fazer-me escritora.
Sei que não sou menestrel 
Das letras faço o cordel 
Numa linha promissora.
 
Talvez por eu ter nascido 
Lá nas brenhas do sertão 
Terra berço de cordéis
Esquentei o pé no chão!
Traçou-se assim meu destino
Dando-me logo este tino
De ser malina em refrão. 
 

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Encrenca poética


Adão Almeida 
Vou apresentar agora 
Minha amiga pipira,
Ela tem os pés de elefante.
E o fedor do mambira,
As orelhas são de caburé
E os cabelos de embira.
 
Lusa Silva 
Também quero apresentar!
O meu amigo sibito:
o bicho igual um gambá 
E berra como cabrito 
Além do bucho quebrado 
Tem as pernas de palito.
 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Sarau EFA


Para um sarau da E F A, 
Certo dia fui convidada
Seis horas mais ou menos 
Já estava na estrada 
Com toda satisfação 
 Quis levar Uchoa e Adão
Por eles foi rejeitada. 

Ou eles são amigos onça,
Ou são mesmo sem noção 
Se já estava tudo certo
Deviam dar  explicação 
Os dois ali num esbarro!
Recusaram o meu carro
E começou a confusão.

Fui com a Rose e a Duda
Sem conhecer o caminho
Anoiteceu fiquei pra trás
Moreira passou por mim,
Mas fez-se de indiferente
E sumiu estrada adentro
Meu Deus! Que povo ruim.